domingo, 13 de dezembro de 2015

Após 10 anos seguidos, o Festival Arariboia Rock é descontinuado...

Durante 10 anos consecutivos eu realizei em Niterói (RJ) o Festival Arariboia Rock. Totalmente independente e voltado para bandas autorais, sem graça e na raça. Em dezembro de 2014 fiz o último e passei o bastão. Não havia mais sentido para mim. Porém, mais triste ainda é publicar aqui para a posteridade a nota de que não haverá a 11a edição em 2015 e o festival passará em branco.

A seguir a nota publicada por Guilherme Carvalho e Noemi Machado, que desde o fim de 2014 são os novos coordenadores do movimento Arariboia Rock:

"Hoje, dia 04 de Dezembro, é Dia Municipal do Rock na cidade de Niterói/RJ. É com imenso pesar que anunciamos que NÃO HAVERÁ uma edição do Festival Arariboia Rock este ano. Esta seria a décima primeira edição consecutiva do Festival, e por motivos de falta de apoio, tanto público quanto privado, incentivo, patrocínios e recursos próprios, este ano de 2015 não conseguiremos realizar o Festival.

Um breve histórico do único festival de rock do Estado do Rio de Janeiro que teve 10 edições anuais consecutivas:

No dia 18 de dezembro de 2005 foi realizado o 1ª Festival Arariboia Rock, na Praça Vital Brasil com a apresentação de sete bandas autorais da cidade. Um festival aberto, livre e gratuito a todos. Desde então, mais de 110 bandas em outras nove edições foram realizadas em diversos pontos da cidade de Niterói, desde casas noturnas de referência do gênero, como as antigas Texas Bud, Box 35, Clubes Fluminense e Luzitano (Ilha da Conceição) e o mítico Convés, aos palcos do Teatro do DCE da UFF e culminando em duas edições no Teatro Popular. A última, em 2012, com dois dias de festividades e as participações de importantes bandas, não só da cidade, mas também de outros estados e até mesmo de Chicago (EUA).


Em 2007 a cidade de Niterói sancionou a lei Nº 2495, instituindo: "A Câmara Municipal de Niterói decreta e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: 

Art. 1º Fica instituído no Município de Niterói, o Dia Municipal do Rock, a ser comemorando anualmente a cada 04 de dezembro.” 


Em 2012, o Festival se integra ao FBA - Festivais Brasileiros Associados, que conta com grandes festivais de todo o Brasil, como Abril Pro Rock (PE), Demo Sul (PR), Goiânia Noise (GO), MADA (RN) Porão do Rock (DF) entre tantos outros tão importantes quanto. 


E em 2014, a Secretaria do Estado de Cultura eleva o Festival Arariboia Rock como Patrimônio Imaterial do estado do Rio de Janeiro.


É nosso maior desejo que, no ano de 2016, o Festival Arariboia Rock volte, maior e melhor do que nunca, com uma estrutura digna para o público e para os artistas, um festival democrático, que seja a celebração de um ano inteiro de conquistas para os artistas locais e acolhedor para bandas de todas as cidades vizinhas e até mesmo outros estados e países. Para isso, contamos com o apoio de todos, músicos, bandas e amantes da cultura em geral, pois o Festival Arariboia Rock é feito pensando em vocês e para vocês!"

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Acabou-se o que era doce.

Se você tem um exemplar do meu primeiro livro, guarde com carinho. Acabaram os 1.000 exemplares lançados em quatro diferentes edições durante quatro anos. Ganhei muita experiência produzindo eu mesmo os eventos de lançamento, divulgando na imprensa, enviando pelo correio...

Estive com ele na mala percorrendo três países (Argentina, Portugal e Espanha) e 11 estados (RJ, SP, MG, ES, PR, SC, DF, BA, PE, SE e MA). Vendendo, trocando, dando. Sempre divulgando a cena e as coisas em que acreditei sobre a cena independente.

Pode ser que ainda hajam alguns exemplares por aí, consignados em livrarias ou em sebos. É uma boa chance para você ter esta jóia que foi realizada com muito amor e raça, contando com a ajuda preciosa da Isabel de Luna, Luiz Lima, Mariana Oliveira, Marco Barbosa e Luciana Danielli.

Se eu conseguir, a 5a edição sairá apenas em formato digital. Aí, quem sabe, todos os que enrolaram e não compraram, se animem de dar uma força desta vez?

Tribo Skate, a porta que se abriu em 2015

Depois que me mudei para São Paulo, em abril deste ano, portas novas se abriram. Uma delas é a revista Tribo Skate, que completou 24 anos de vida. É uma honra publicar uma coluna fixa e outras reportagens nela. Algumas estão aí:








É triste, mas será que sempre precisaremos de Niterói para dar um passo a mais na carreira?

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Íntegra da matéria publicada na Revista Trip de junho de 2015




Sem vergonha na hora de passar o chapéu

Crowdfunding: a vaquinha virtual moderna conquistou os brasileiros


Por Pedro de Luna


Foi−se o tempo em que pedir dinheiro em público era motivo de vergonha. Grandes artistas, pessoas comuns, empresas e instituições já aderiram ao financiamento coletivo, ou crowdfunding. Mas passados quatro anos desde as primeiras plataformas para captação de recursos no Brasil, por que alguns projetos são bem sucedidos e outros não?

Para Tahiana D'Egmont, CEO da Kickante, fundada em 2013 e que captou cerca de R$ 4 milhões em mais de 1.000 campanhas, “quanto melhor a divulgação para o universo de interessados, mais bem-sucedida é”. Elementos como um bom texto e boa representação visual do projeto também são muito importantes.


Na plataforma Catarse, criada em 2011, ou bate a meta ou o projeto não recebe nada. A diferença entre uma campanha bem sucedida ou não está no bom planejamento. Quem estuda o modelo e a plataforma, planeja bem e executa com dedicação tem mais chances. Daí o fato que 90% dos R$ 29 milhões recebidos até hoje foram para 54% dos projetos.

O financiamento coletivo é uma troca, e toda cota de apoio envolve uma recompensa, mesmo que seja uma contrapartida simbólica. Na música, costumam dar certo a pré−venda de CDs e DVDs novos, por chegar ao fã autografado e antes do mercado, além de experiências únicas como ir ao camarim ou jantar com o ídolo.

O público também precisa acreditar que é possível conseguir a grana dentro do prazo estipulado. “O projeto tem que ter o tamanho da banda ou do artista. Uma boa ideia pode até chamar a atenção, mas precisa de respaldo”, opina Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish. “Esta é a forma mais honesta e direta de fazer algo acontecer”. Sua banda precisava de R$ 60 mil para gravar o novo álbum, Vitória. Levantou R$ 260 mil.



Leandro Delmonico, guitarrista da banda Charme Chulo, o segredo é ter fãs fiéis mesmo que em pequena quantidade. “Mas não é nada fácil convencer uma pessoa a parar o que está fazendo para ler a sua proposta, entrar no site, escolher uma recompensa e ainda pagar”. Mesmo levantando R$ 30 mil para gravar um CD duplo, ele não pretende repetir a fórmula. “Não por birra, mas por manter aquele segredo bacana de um trabalho novo”.

Com 18 álbuns e três DVDs no currículo, até a cantora Leila Pinheiro aderiu ao novo formato para viabilizar um EP com quatro músicas. Ela oferece recompensas que incluem até uma tarde no estúdio. Na página da campanha, há uma descrição detalhada de onde e como serão gastos todos os R$ 95 mil.

Equipe do Catarse

Quem também aderiu foi a turma das histórias em quadrinhos, terceira categoria com mais projetos na Catarse, atrás apenas de música e cinema/vídeo. Para o quadrinista Pedro Balboni, o que atrai é a possibilidade de viabilizar financeiramente o projeto antes mesmo de existir. Em 2012 ele tinha lançado apenas um livro. Aderiu ao crowdfunding e, em, 2014 já eram cinco. Ele quer fechar com 2015 com nove títulos publicados.

No esporte, a saltadora e campeã olímpica Maureen Maggi corria o risco de não participar das olimpíadas de 2016 por falta de patrocínio para os treinos. Ela realizou uma campanha e, graças aos fãs, já confirmou a presença na competição. O projeto Fixando Raízes WinBelemDon, que integra crianças através do tênis em Porto Alegre, bateu o recorde para projetos do terceiro setor, arrecadando mais de R$ 275 mil. Um dos trunfos foi conseguir padrinhos como Fernando Meligeni e Gustavo Kuerten. O espanhol Rafael Nadal e o escocês Andy Murray doaram raquetes e camisetas para serem usadas como recompensa.

Até mesmo o Greenpeace já realizou quatro campanhas, desde a instalação de sistema fotovoltaico em escolas até a recuperação do navio Artic Sunrise. Ou seja, nestes últimos quatro anos, quando o assunto é solidariedade ao próximo, os brasileiros batem um bolão.

Charme Chulo (PR)


CURIOSIDADES:
  • No Brasil, as áreas mais financiadas pelo público são música, literatura, jogos e inovação.
  • A maioria dos apoiadores do novo disco do Dead Fish, Vitória, comprou a cota de R$ 55 que dá direito ao disco e uma camiseta.
  • O quadrinista Will Leite levantou R$ 30 mil em apenas dois dias para fazer um livro com tiras do seu blog.
  • O jogo de tabuleiro Caçadores da Galáxia arrecadou R$ 25 mil em apenas trinta minutos de captação.
  • Bel Pesce, autora do livro Legado: a menina do Vale detém o recorde nacional, sua campanha conseguiu R$ 889 mil.
  • O jogo A Lenda do Herói, baseado em uma série viral do YouTube, recebeu apoio de 6.000 pessoas.
  • Na Catarse, a faixa mais popular de apoio é entre R$ 20 e R$ 29 e o apoio médio por usuário é de R$ 141. Quanto melhor a recompensa, maior o valor apoiado.
  • A pesquisa Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil 2013−2014 apontou que educação é a categoria que as pessoas tinham mais interesse em apoiar, e ao mesmo tempo a que mais faltavam projetos relevantes.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Painel gratuito sobre financiamento coletivo para projetos culturais




Acontece no próximo dia 19 de maio, terca-feira, um painel sobre financiamento coletivo no Palácio dos Correios (Espaço Cultural Correios - Avenida Visconde do Rio Branco,  nº 481, Centro de Niterói, em frente à Estação das Barcas da Praça Arariboia), das 17h às 19h, com entrada gratuita.

Uma das presenças confirmadas, o jornalista e gestor cultural Pedro de Luna lançou seu livro Niterói Rock Underground 1990-2010 através do crowdfunding. "Vendi 150 exemplares antecipados em duas semanas e assim viabilizei a publicação", explica. Um representante da plataforma Kickante também confirmou presença. O encontro faz parte da exposição pelos 30 anos da Fluminense FM, a Maldita.